segunda-feira, 4 de abril de 2011

# Apenas um conto...


Ele estava triste naquele dia, apertava os lábios e fixava os olhos em qualquer lugar que fosse possível, menos nos meus. Eu não entendia o que estava acontecendo e ele não me falava. Na verdade, não me dirigia nenhuma palavra. Eu estava confusa. Mas ele parecia mais confuso ainda.
Tentei várias vezes puxar assunto, tentei ignorar o fato de que ele parecia incomodado com tudo que eu dizia. Foi quando pensei, por um instante, que ele não queria minha companhia. Isso doeu. Desviei o olhar, pensando na possibilidade.
Era óbvio.
Então me levantei, virei meu corpo e me retirei. Minha razão queria ir, meu sentimento queria ficar.
Olhei de ombro, certifiquei-me que ele não havia movimentado um músculo e então comecei a caminhar.
Inconcientemente, uma lágrima percorreu meu rosto. Brilhava com a luz do pôr-do-sol enquanto caía ao chão.
Após três passos ouvi uma voz quase rouca, me fez arrepiar e meu coração acelerar. Era ele:
— Não vá... Por favor, fique.
— Achei que não queria minha presença.
Por alguns rápidos instantes - que pareceram uma eternidade. - achei que o assunto morrera ali, mas então ele me surpreendeu novamente:
— E-Eu quero a sua presença... Para o resto da minha vida. Quero você ao meu lado sempre que eu me sentir sozinho, você tira minha dor... Faz eu me sentir uma pessoa melhor... Não vire as costas pra mim. É como se meu mundo se quebrasse em mil pedaços...
Então eu entendi... Ele não estava triste, estava inseguro. Não estava confuso, estava com medo.
Ajoelhei-me ao lado dele e o abracei. Apertei seu corpo. E naquele momento era a lágrima dele que brilhava ao pôr-do-sol.

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